quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Raul Teixeira - Programa Vida e Valores - Perturbações religiosas parte 1

Raul Teixeira é Orador Espírita. Natural da cidade de Niterói-RJ, é licenciado em Física pela Universidade Federal Fluminense, tem Mestrado e Doutorado em Educação pela UNESP. É Professor da Universidade Federal Fluminense, em Niterói e Membro das Comissões de Avaliação Institucional do MEC - Ministério de Educação e Cultura.

Aplicação do passe

A mentora espiritual Joanna de Ângelis, no livro "Florações Evangélicas", afirma, referindo-se à aplicação do passe: "Recorre aos recursos espíritas; ora, e ora sempre, para adquirires resistência contra o mal que infelizmente ainda reside em nós; permuta conversação eliecida, pois que as boas palavras renovam as disposições espirituais; utiliza o recurso do passe socorrista, rearticulando as forças em desalinho; sorve um vaso de água fluidificada, restaurando a harmonia das células em desajustamento e, sobretudo, realiza o bom serviço."
Surgiu nas eras mais remotas. Segundo alguns historiadores, os sacerdotes do antigo Egito eram iniciados nos segredos do magnetismo. Portanto, não surgiu com Mesmer, como muitos acreditam. Pois, já no século XVII Van Helmont utilizava o termo "magnetismo animal".
Tempos depois, em 1814, o médico inglês Jaime Braid, profundamente impressionado com as experiências de Charles Lafontaine, criou as bases do hipnotismo moderno. Havia uma diferença, entretanto, entre Mesmer e Braid: o primeiro era materialista e o segundo espiritualista.
Allan_Kardec, referindo-se às pessoas possuidoras de força_magnética, considera-as uma variedade de médiuns, quando declara na questão 175 de O Livro dos Médiuns: "Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente (...)." ...
Quanto a Jesus, o Mestre bem-amado, devido à sua iluminadíssima perfeição espiritual, possuía uma força magnética que curava com um simples toque do doente em suas vestes. Basta examinarmos o Evangelho de Lucas (8:43-46).
Senão, vejamos: "E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada. Chegando por detrás dele tocou na orla do seu vestido, e logo estancou o fluxo do seu sangue." E disse Jesus: "Quem é que me tocou? Pois saiu de mim uma virtude."
Essa virtude, saída dEle, e que a todos curava de imediato, era devido à elevadíssima força_moral e espiritual do Mestre, já o dissemos, a qual, aliada à sua vontade, agia fortemente sobre seus fluidos regeneradores, curando a quantos se lhe aproximavam.
Hoje em dia, essa virtude é denominada fluido magnético, que todos nós possuímos, mas da qual ainda não podemos fazer idéia precisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
(*) Michaelus. Magnetismo Espiritual. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, p. 12.
Revista Reformador Abril de 2002 - RILDO G. MOURA
Matéria extraída do GUIA - HEU

A imortal Serenata de Schubert em solo de trompetes


A apresentação dos trompetistas Eddie Calvert (1922-1978) e Nini Rosso (1926-1994) é emocionante.

Por que adoecemos?

Programa nº 63, entrevista com Orson Peter Carrara, assista ao Programa Transição:

Evangelizar Para Formar

Quando o serviço de evangelização espírita infantil teve início nos Centros Espíritas, se caracterizava como aula de moral cristã, bem ao modo católico da catequese. Com o tempo e a influência de diversos pensadores e educadores espíritas, currículos foram organizados. ciclos foram implantados e os cursos de capacitação se multiplicaram. Hoje temos várias propostas pedagógicas de evangelização espírita infantil, mas o modelo tradicional de aulas formatadas de acordo com um currículo padrão organizado não pelo Centro Espírita, prevalece. Nesse modelo não se leva em conta o perfil dos educandos, nem de suas famílias, assim como os evangelizadores tendem a repetir as aulas ano após ano, sem o uso da criatividade.
Educar não é simplesmente transmitir conteúdos e fazer com que os educandos os deco-rem. Eles devem assimilar o conteúdo, pensá-lo e saber aplicá-lo na vida. Para isso devem ter sua capacidade mental e seu crescimento físico respeitados. Não se pode ensinar sobre Deus para crianças até sete anos com uma aula teórica, sem concretizar os conceitos. Também não adianta cantar músicas e mais músicas se as letras não são trabalhadas, se as músicas não estão adequa-das para aquele grupo de educandos.
Muitos ex-frequentadores da evangelização espírita infantil não se tornam espíritas nem se fixam no Centro Espírita. Por quê? É fácil responder: porque apenas passaram pela evangelização, não foram trabalhados para terem sua consciência formada, despertada para os verdadeiros valores da vida.
Os dirigentes espíritas, assim como os evangelizadores, precisam ler e estudar mais sobre pedagogia e psicologia, principalmente a literatura desenvolvida pelos próprios espíritas como J. Herculano Pires, Dora Incontri, Adalgiza Balieiro, Lydiênio B. de Menezes, Ney Lobo, Rita Foelker e outros, que descortinam o pensamento espírita sobre educação e trabalham propostas pedagógicas que levam em consideração o espírito imortal que todos somos e a influência do processo reencarnatório nesse mesmo espírito.
O Centro Espírita necessita dinamizar o processo de evangelização infantil e fugir ao velho modelo de copiar o que se faz nas escolas ou em outras denominações religiosas. A evangelização espírita infantil não é sinônimo de catequese espírita e o Evangelho, por ser ensino vivo, exige vida e não letras mortas em folhas de papel e discursos que não brotam do coração.
Evangelizar é semear o Evangelho nas mentes e corações dos espíritos que reiniciam a jornada terrena, para que eles mesmos possam construir um mundo mergulhado no bem.
Marcus De Mario é educador e escritor. É diretor do Instituto Brasileiro de Educação Moral e colaborador do Centro Espírita Humilddae e Amor, na cidade do Rio de Janeiro-RJ.
Artigo publicado no site Orientação Espírita.

Clariaudiência e Clarividência

[...] Os termos clariaudiência e clarividência traduzem a faculdade, que algumas pessoas têm, de ouvir o que para os outros é inaudível, e de ver o que normalmente ninguém vê. [...]
Referência:
FINDLAY, J. Arthur. No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada. Traduzido do inglês por Luiz O. Guillon Ribeiro. Prefácio de Sir William Barret. 3a ed. Rio de Janeiro: FEB, 1981. - cap. 4

O que é Espiritismo?

Fala-se muito em Espiritismo, mas quase nada se sabe a seu respeito.  Kardec afirma, na introdução de "O Livro dos Espíritos", que a força do Espiritismo não está nos fenômenos, como geralmente se pensa, mas na sua "filosofia", o que vale dizer na sua mundividência, na sua concepção da realidade.  Mas de onde vem essa concepção? Como foi elaborada?
Os adversários do Espiritismo desconhecem tudo a respeito e fazem tremenda confusão.  Os próprios Espíritas, por sua vez, na sua esmagadora maioria estão na mesma situação. Por quê? É fácil explicar. Os adversários partem do preconceito e agem por precipitação. Os espíritas, em geral, fazem o mesmo: formulam uma idéia pessoal da Doutrina, um estereótipo mental a que se apegaram. A maioria, dos dois lados, se esquece desta coisa importante: o Espiritismo é uma doutrina que existe nos livros e precisa ser estudada.  Trata-se, pois, não de fazer sessões, provocar fenômenos, procurar médiuns, mas de debruçar o pensamento sobre si mesmo, examinar a concepção espírita do mundo e reajustar a ela a conduta através da moral espírita.
Assim, temos alguns dados: o Espiritismo é uma doutrina sobre o mundo, dá-nos a sua interpretação e nos mostra como nos devemos conduzir nele. Mas como nasceu essa doutrina, em que cabeça apareceu pela primeira vez? Dizem que foi na de Allan Kardec, mas não é verdade. O próprio Kardec nos diz o contrário. Os dados históricos nos revelam o seguinte: o Espiritismo se formou lentamente através da observação e da pesquisa científica dos fenômenos espíritas, hoje, parapsicologicamente, chamados de fenômenos paranormais. Os estudos científicos começaram seis anos antes de Kardec, nos Estados Unidos, com o famoso caso das irmãs Fox em Hydesville. Quando Kardec iniciou as suas pesquisas na França, em 1845, já havia uma grande bibliografia espírita, com a denominação de neo-espiritualista, nos Estados Unidos e na Europa. Mas foi Kardec quem aprofundou e ordenou essas pesquisas, levando-as às necessárias conseqüências filosóficas, morais e religiosas.
"O Livro dos Espíritos" nos oferece a súmula do trabalho gigantesco de Kardec. Mas se quisermos conhecer esse trabalho em profundidade temos de ler toda a bibliografia kardeciana: os cinco volumes da codificação doutrinária, os volumes subsidiários e mais os doze volumes da Revista Espírita, que nos oferecem o registro minucioso das pesquisas realizadas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. E precisamos nos interessar também pelos trabalhos posteriores de Camille Flammarion, de Gabriel Dellane, de Ernesto Bozzano, de Léon Denis (que foi o continuador e o consolidador do trabalho de Kardec).
Veremos, assim, que Kardec partiu da pesquisa científica, originando-se desta a Ciência Espírita; desenvolveu, a seguir, a interpretação dos resultados da pesquisa, que resultou na Filosofia Espírita; tirou, depois, as conclusões morais da concepção filosófica, que levaram naturalmente à Religião Espírita. É por isso que o Espiritismo se apresenta como doutrina de tríplice aspecto.  A Ciência Espírita é o fundamento da Doutrina. Sobre ela se ergue a Filosofia Espírita. E desta resulta naturalmente a Religião Espírita. Muitas pessoas se atrapalham com isso e perguntam: "Como uma doutrina pode ser ao mesmo tempo Ciência, Filosofia e Religião?" Mas essa pergunta revela a ignorância do processo gnoseológico. Porque, na verdade, o conhecimento se desenvolve nessa mesma seqüência e em todas as formas atuais de conhecimento repete-se o processo filogenético.
No Espiritismo, porém, esse processo aparece bem preciso, bem marcado por suas fases sucessivas, entrosadas numa seqüência lógica. Podem alguns críticos alegar que Kardec não partiu da pesquisa, mas da crença. Alguns chegam a afirmar que foi assim, que ele já acreditava nas comunicações espíritas antes de iniciar o seu trabalho de investigação. Mas essa afirmação é falsa, a suposição é gratuita. Basta uma consulta às anotações intimas de "Obras Póstumas" e às biografias do mestre para se ver o contrário. Quando lhe falaram pela primeira vez em mesinhas falantes, Kardec respondeu como o fazem os céticos de hoje: "Isso é conversa para fazer dormir em pé". Só deixou essa atitude cética depois de constatar a realidade dos fenômenos. Então pesquisou, aprofundou a questão e levou-a às últimas conseqüências, como era, aliás, de seu hábito, do seu feitio de investigador. Charles Richet lhe faz justiça (embora discordando dele) em seu Tratado de Metapsíquica.
Encarando a obra de Kardec pelo seu aspecto científico, sem os preconceitos que têm impedido a sua justa avaliação, ela nos parece inatacável. Alega-se que o seu  método de pesquisa não era científico, mas foi ele o primeiro a explicar que não se podiam usar na pesquisa psíquica os métodos das ciências físicas. O desenvolvimento da Psicologia provaria, mais tarde, que Kardec estava com a Razão. Hoje, as pesquisas parapsicológicas o confirmam. No tocante ao aspecto filosófico, o desenvolvimento atual das investigações mostram a posição acertada do Espiritismo como doutrina assistemática, "livre dos prejuízos de espírito de sistema", como declara "O Livro dos Espíritos", utilizando a conjugação dos métodos indutivo e dedutivo para o esclarecimento da realidade em seu duplo sentido:  o objetivo e o subjetivo. A Filosofia Espírita se apresenta como antecipação das conquistas atuais do campo filosófico e abertura de perspectivas para o futuro.
José Herculano Pires

O autor, José Herculano Pires (1914-1979) revelou sua vocação literária desde que começou a escrever. Aos 16 anos publicou o seu primeiro livro, Sonhos Azuis (contos) e aos 18 anos o segundo livro Coração (poemas livres e sonetos). Em 1946 publicou o seu primeiro romance, O Caminho do Meio, que mereceu críticas elogiosas de Afonso Schimidt, Geraldo Vieira e Wilson Martins. Repórter, redator, secretário, cronista parlamentar e crítico literário dos Diários Associados onde manteve, também, por quase 20 anos, a coluna espírita com o pseudônimo de Irmão Saulo. Em 1958 bachalerou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo, e pela mesma licenciou-se em Filosofia tendo publicado uma tese existencial: O Ser e a Serenidade. Autor de oitenta e um livros de Filosofia, Ensaios, Histórias, Psicologia, Espiritismo e Parapsicologia sendo a sua maioria inteiramente dedicado ao estudo e divulgação da Doutrina Espírita, e vários em parceria com Chico Xavier. Entre seus livros espíritas, citamos: Introdução à Filosofia Espírita, pela Paidéia; Mediunidade (Vida e Comunicação), pela Edicel; O Espírito e o Tempo, pela Edicel;
Agonia das Religiões, pela Paidéia; Revisão do Cristianismo, pela Paidéia; Ciência Espírita, pela Paidéia. Curso Dinâmico de Espiritismo, pela Paidéia. Centro Espírita, pela Paidéia.
Saiba mais sobre Herculano Pires:
http://www.editorapaideia.com.br/Herculano_Pires/herculano_pires.html

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Inteligência Espiritual (Liderança)

“A vida é como jogar uma bola na parede. Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde; se for jogada uma bola azul, ela voltará azul; se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca; se a bola for jogada com força, ela voltará com força: Por isso, nunca jogue uma bola na vida, de forma que não esteja pronto para recebê-la. A vida não dá nem empresta; não se comove nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos.” (Albert Einstein)
Quando falo sobre Inteligência Espiritual ou Espiritualidade, não me refiro à religião, mas à capacidade de transcender tempo e espaço; da consciência de que nossas atitudes vão muito além deste momento e deste lugar, e de que, como disse Teilhard de Chardin, “não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual, mas seres espirituais tendo uma experiência humana”, ou seja, o ser humano é na verdade um ser essencialmente espiritual.
Quando transcendemos tempo e espaço, percebemos que fazemos parte de algo muito maior, e naturalmente desenvolvemos nossa Inteligência Espiritual, que na sua essência é o amor, que na prática se revela através da solidariedade e do altruísmo.
Uma pessoa espiritualmente inteligente não se vê separado do outro, da comunidade ou do universo. E se você não se sente separado do outro, é bem provável que não faça mal a ele, porque se o fizer, o estará fazendo a si próprio. Se você não se sente separado da natureza, cuidará dela com o mesmo carinho que cuida de si mesmo. Esta é a Regra de Ouro ou Ética da Reciprocidade: “Trate os outros do modo que você mesmo gostaria de ser tratado. Não faça aos outros o que você não quer que façam a você”.
Liderança é cuidar do presente enquanto cria o futuro, e isso é essencialmente espiritual. Nosso mundo passa por uma crise de sustentabilidade e falta de perspectivas para o futuro, e um dos principais motivos é justamente a ausência de líderes que pensem e ajam com base em princípios e valores que rompam os limites do aqui e agora; líderes que elevem seu olhar para além de interesses que apenas solucionem o imediato e o individual, porque são justamente estes interesses que têm levado a práticas e iniciativas que estão devastando o meio ambiente, consumindo recursos finitos, criando desigualdades, conduzindo a uma enorme crise de liderança nas organizações, e acabando com a saúde e o moral das pessoas.
“Inteligência Espiritual é a capacidade de pensar, sentir e agir crendo que existe algo ou alguém além do tangível ou material, que traz consciência, significado e equilíbrio para o papel das pessoas nas organizações, na família, na sociedade e no mundo”. (Marco Fabossi)
Uma organização espiritualizada prioriza o compartilhamento em vez da competição, para evitar que apenas poucos vençam, levando assim todas as pessoas juntas ao primeiro lugar do pódio. Nestas organizações já não existe espaço para cabeças e ambientes evolucionistas onde o lema darwinista é “cresça ou morra”, “sobreviva ou desapareça”. Uma organização espiritualmente inteligente age com ética e não tem apenas metas a cumprir, mas causas a desenvolver.
O líder inteligente espiritual age com ética, está sempre pronto a ajudar seus colegas, prefere servir a ser servido e não se envergonha de dizer que depende da equipe para crescer. Seu grande propósito é ajudar as pessoas a se desenvolverem para que se tornem melhores seres humanos, pais, filhos, cônjuges, amigos e profissionais, alinhando suas necessidades e valores aos da organização.
O líder espiritualmente inteligente está disposto a pagar o preço por agir com os princípios e valores que acredita, mesmo quando isso possa lhe trazer prejuízos pessoais, políticos ou econômicos, porque sua estrutura de valores está acima de qualquer possibilidade de vantagem pessoal ou corporativa. Ele sabe que amar não é apenas um sentimento, mas uma atitude, tratando as pessoas com decência e respeito e levando toda a equipe a agir da mesma maneira. Ele não compactua com resultados e desempenhos ruins, mas obtém o máximo da equipe por meio de inspiração e motivação. Ele jamais denigre as pessoas a quem serve, e busca incessantemente compreender como suas atitudes podem beneficiar essas pessoas, a organização e o mundo.
É por isso que a Inteligência Espiritual é a essência da Liderança; porque transforma pessoas comuns em líderes extraordinários, que realmente se importam com o ser humano, com a vida e com o futuro.

O autor, Marco Fabossi, é Conferencista, Escritor, Consultor, Coach Executivo e Coach de Equipe, com foco em Liderança. Autor do livro Coração de Líder - A Essência do Líder-Coach.
http://www.blogdofabossi.com.br/

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Cartão de Natal da FEMS

Recebemos da FEMS o cartão abaixo, agradecemos e retribuimos os votos de Feliz Natal e Excelente Ano Novo.
Abraço a todos
Ronaldo São Romão Sanches
do Blog Espirirismo-MS

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O que é o Natal pra mim

Realmente a época do Natal, o final de um ano e o início de outro, é bem significativa e emblemática, no sentido de despertar para a necessidade de fazermos um balanço das nossas atividades realizadas durante o ano que passou e planejarmos o nosso futuro, já que depende exclusivamente de nós a forma como encaramos os desafios da vida.
A questão da religiosidade e da espiritualidade depende daquilo que entendemos ser a vida. Qual o seu significado? Os por ques? De onde viemos? O que estamos fazendo aqui? Para onde vamos? Ou não vamos para lugar algum. Existem penas a serem cumpridas por aqueles que erram? Existem compensações para aqueles que se esforçam em serem bons, ou melhores a cada dia, numa caminhada infinita?
Questões filosóficas sem dúvida e que muitas vezes achamos que é uma perda de tempo meditar sobre isso, mas com certeza tem uma influência muito grande no nosso dia a dia.
Desde os mais remotos tempos, o homem vem pensando sobre isso. E nessa caminhada, foram surgindo as doutrinas filosóficas, as religiões, e sem dúvida, nessa busca da "verdade", vamos ficando cada vez mais próximos de algumas certezas, embora sabemos que uma resposta positiva, cartesiana, creio que ainda está bem longe de ser revelada. Aí entra aquele componente polêmico: Acreditar em que? Tenho fé em algum dos ensinamentos propostos?
Creio que aí deve entrar então a tolerância, o respeito ao que o outro pensa, pois existe uma grande diversidade de opiniões.
Nesse processo todo, tem também outra dúvida, por onde vou? Notem que muitas vezes mudamos ao longo da vida, essa nossa disposição em seguir uma corrente de pensamento ou outra. E isso é válido, pois as experiências que vamos passando oferecem condições de meditarmos e afirmarmos ou revermos posições.
Uma certeza tenho, acredito em algo superior, que todo o Universo e a Humanidade não são frutos do acaso como afirmou dias atrás o cientista inglês Stephen Hawking em seu novo livro "The Grand Design", que Deus não tem mais lugar nas teorias sobre a criação do universo, devido a uma série de avanços no campo da física, ou como prega o também inglês Richard Dawkins, a descrença em Deus em seu best seller de 2006 "Deus – Um Delírio”. Sem dúvida pontos de vista em que acreditam e se sentem bem pensando assim, um direito de cada um se expressar.
A minha intuição indica que a teoria materialista é muito mais absurda e desprovida de qualquer sentido lógico, numa comparação direta com aquilo que pregam as doutrinas que admitem a perenidade do ser após a morte do corpo físico, da necessidade de renascermos na ânsia de aprendermos, de nos tornarmos melhores, algo que julgo componente no nosso DNA, a irreverssível força que nos leva a progredir sempre, embora tantas vezes ficamos como encalhados nesse grande processo de aprendizagem e derrapamos com aqueles sentimentos mesquinhos que teimamos em carregar e que tanto mal nos causa, quando se sobressai o nosso egoismo, a ânsia do poder, de ter, de impor.
Na verdade vou pelo caminho que acredito ser o melhor, que me ajude a ver o mundo e as pessoas pelo lado bom, que me ajude a ser feliz e conviver bem com aqueles que nos rodeiam.
Então meus amigos, Natal pra mim é isso. E sempre lembro da música do rebelde John Lennon que pregava a Paz e foi morto por um infeliz que não entendia o sentido da vida, um extremista. Por isso devemos nos educar para não sermos radicais, para não sermos fanáticos por nada além de buscarmos ser melhores a cada dia. E lembro também do que nos ensina Jesus, o meigo Nazareno quando disse "Vós sois a luz do mundo", "Vós sois o sal que salga a Terra".
Façamos então a nossa parte para vivermos num mundo melhor.
Pra complementar escutem a canção "Então é Natal" interpretada pela Simone, bem mais leve do que na edição do original de John Lennon, "Happy Christmas (War Is Over)", que foca o horror das guerras.

Feliz Natal e Ótimo Ano Novo a todos
Grande abraço.
Ronaldo São Romão Sanches, e-mail: ronaldosrs@hotmail.com

sábado, 20 de novembro de 2010

Palestra e Seminário com Lacordaire Abrahão Faiad, dias 20 e 21 de novembro de 2010, em Campo Grande-MS

A palestra pública terá como tema: “Família na visão espírita”
Data:  20 de novembro de 2010 - sábado, às 19h30
O tema do Seminário será: “Obsessão e Movimento Espírita”
Data: 21 de novembro de 2010 - domingo, das 8h30 às 12h.
Local: Comunhão Espírita Casa de Scheilla
Rua Ourinhos, 297 – Vila Carvalho
O palestrante, Dr. Lacordaire Abrahão Faiad, é Psicólogo Clínico e Organizacional. Especialização em Psicologia e Psicoterapia Transpessoal, Master Practitioner e Trainer na arte de Programação Neurolingüística. A Título de Extensão e atualização tem os seguintes curos: Neuropsicologia, Programação Neurolingüística para Psicoterapeutas, Jogos de Empresa e Elementos de Psicologia Transpessoal. Facilitador de cursos, seminários e palestras. É Diretor de Seres Humanos do Instituto Brasileiro De Plenitude Humana® - I.B.P.H. e Vice-presidente da Federação Espírita de Mato Grosso.
O evento é realização e promoção da Equipe FEMS em conjunto com a Comunhão Espírita Casa de Scheilla

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Entrevista com Hermínio C. Miranda

Esta entrevista foi publicada originalmente na Folha Espírita, e no Boletim GEAE n. 460, de 29 de julho de 2003.

FE: Quando e como foi que o senhor fez sua opção pelo Espiritismo?
Hermínio Miranda: Não fui levado ao Espiritismo por crise existencial ou sofrimento, mas pela insatisfação com os modelos religiosos à minha opção. Alguém – mergulhado em transe anímico regressivo – me diria mais tarde que eu não aceitava tais propostas porque, de alguma forma que não me foi explicado, eu sabia que ali não estava a verdade que eu buscava. Essa atitude de reserva e até de rejeição contribuiu, acho eu, para retardar minha descoberta da realidade espiritual.
Um episódio irrelevante em minha vida desencadeou o processo. Eu quis, no entanto, entrar pela porta da frente. Consultei, para isso, um amigo de minha inteira confiança e ele me indicou com primeira leitura os livros da Codificação. Acrescentou os nomes de Gabriel Delanne e de Léon Denis e me disse, como que profeticamente: “Daí em diante, você irá sozinho”.
A surpresa começou com O Livro dos Espíritos. Inexplicavelmente, eu tinha a impressão de haver lido aquele livro antes, mas onde, quando? Antecipava na mente o conteúdo de numerosas respostas . Anos depois, ficaria sabendo que outras pessoas viveram experiência semelhante, entre elas, o respeitável e amado dr. Bezerra de Menezes.

FE: Desde quando o senhor escreve sobre o Espiritismo?
Hermínio Miranda: Comecei a escrever regularmente para o “Reformador e, em seguida, para outras publicações doutrinárias. Permaneci como colaborador assíduo do órgão oficial da FEB até 1980. Meus textos eram assinados nessa primeira fase, com as iniciais HCM. Posteriormente, o amigo dr. Wantuil de Freitas, presidente da FEB, me pediu que arranjasse um pseudônimo para evitar que dois ou mais artigos saíssem com o mesmo nome em um só número da revista. Foi assim que “nasceu” “João Marcus”.
A partir de 1976 começaram a sair os livros. Diálogo com as sombras foi o primeiro. Para alegria minha, foi bem recebido

FE: O senhor tem hoje quase 40 livros publicados. Como analisa sua obra? 

Hermínio Miranda: Costumo dizer que boa parte de meus livros é voltada para o meio espírita. Diálogo com as sombras, Diversidade dos Carismas, bem como a série sob o título genérico Histórias que os espíritos contaram” são exemplos desse tipo de livro que dificilmente leitor e leitora não-espírita tomariam para ler. Sempre achei, contudo, de meu dever escrever livros que, sem excluir o leitor espírita, pudessem interessar também o leitor não-espírita. Estão nesse caso, A memória e o tempo, Alquimia da Mente, Autismo – uma leitura espiritual, Nossos filhos são espíritos, Condomínio espiritual e As mil faces da realidade espiritual. Parece que o plano deu certo, pois essas obras atendem a dois objetivos: o de mandar nosso recado para além das fronteiras espíritas e, ao mesmo tempo, abordar assuntos não especificamente espírita com enfoque doutrinário, sem contudo, fazer pregação ou com intuito meramente arregimentador. Na minha opinião, a gente deve ir ao Espiritismo se e quando quiser e por suas próprias pernas, ou seja, sem ser “arrastado”.

FE: O senhor tem idéia de quantos exemplares de seus livros foram vendidos até agora?
Hermínio Miranda: A repórter de uma grande revista semanal brasileira me fez, há tempos, essa mesma pergunta e muito se admirou por não ter eu condições de respondê-la. Continuo sem saber. Cheguei a tentar, mas não obtive a informação desejada. A razão disso está, em parte, no fato de que os direitos autorais da grande maioria de meus livros são doados a diversas instituições, como à FEB, ao Lar Emmanuel, do Correio Fraterno do ABC, a OCaminho da Redenção (Divaldo), ao Centro Espírita “Amantes da Pobreza, de “O clarim, ao Centro Espírita Léon Denis. Com os rendimentos auferidos pelos livros publicados pela Lachâtre mantemos nosso próprio serviço social numa favela do Rio de Janeiro.

FE: E quais os de sua preferência?
Hermínio Miranda: Creio ser difícil para qualquer autor dizer de que livro ou livros gosta mais. É como perguntar a um pai ou mãe, qual ou quais os filhos e filhas de suas preferências. Penso que a gente gosta de todos por motivos diferentes. Tanto quanto é possível considerar minha obra com um mínimo de objetividade e isenção, gosto de Nossos filhos são espíritos, pela surpreendente aceitação que encontrou dentro e fora do movimento espírita, o que também aconteceu com Autismo – uma leitura espiritual. Livros como Cristianismo – a mensagem esquecida, As marcas do Cristo, O evangelho gnóstico de Tomé, Os cátaros e a heresia católica, pela forte ligação emocional que tenho com a temática do cristianismo primitivo. Sobre as explorações intelectuais em território fronteiriço com o do Espiritismo, citaria A memória e o tempo, Alquimia da Mente e, novamente, por motivação diferente da anterior, Autismo – uma leitura espiritual.
Como se vê, isto não é propriamente uma lista de preferências, mas uma análise de cada grupo de livros, classificados por assuntos de minha preferência. Sobre a qualidade e o conteúdo dos livros, no entanto, prefiro que fale o público leitor.

FE: Além de seus próprios livros, o senhor tem feito algumas traduções. Qual o critério adotado na seleção das obras traduzidas?
Hermínio Miranda: Tenho dito que prefiro escrever meus próprios livros do que traduzir os alheios. É verdade, mas, às vezes, me vejo envolvido numa tradução motivado por fatores que diria imponderáveis, circunstanciais ou subjetivos. Não sei definir os critérios que me levaram a esse envolvimento. Cada caso é um caso.

FE: O que pensa o senhor do Espiritismo na sua interação com o mundo contemporâneo?
Hermínio Miranda: Prefiro reformular a pergunta: O que se pode dizer acerca da interação da realidade espiritual com o mundo contemporâneo? Isso porque, no meu entender, não há uma rejeição ou indiferença em relação ao Espiritismo especificamente, mas à realidade que a Doutrina dos Espíritos ordenou e colocou com simplicidade e elegância. O Espiritismo continua sendo um movimento minoritário, até mesmo no Brasil, justamente considerado o país mais espírita do mundo. Como se percebe, a massa maior das pessoas ainda prefere uma das numerosas religiões institucionalizadas e tradicionais. Ou a aparente liberdade que proporcionaria a descrença, que não tem compromisso com coisa alguma senão com a própria negação. O que, no fundo, e também uma crença (na descrença).

FE: O senhor tem algum projeto literário em andamento?
Hermínio Miranda: Acho que projetos o escritor sempre os tem. Eu também; talvez mais do que deveria ou poderia ter. No momento, traduzo The sorry tale, discutido livro mediúnico da autora espiritual que se identificou como Patience Worth, ao escrevê-lo através da médium americana conhecida como Sra. Curran, a partir de 1918. Além de ser um fenômeno literário, a história se passa no tempo do Cristo, da noite em que ele nasceu até o dia em que foi crucificado. É espantoso o conhecimento que a autora espiritual revela da época: a geopolítica, os costumes, a sociologia, a religião, a história e tudo o mais. O tratamento respeitoso e amoroso que ela dá à figura de Jesus é comovente. O livro é considerado um fenômeno exatamente por esse grau de erudição histórica e pelo fato de ter sido escrito num inglês um tanto arcaico, o elizabetano do século 17, que faz lembrar Shakespeare e, por isso mesmo, um desafio para o tradutor. A entidade justifica essa linguagem arcaica exatamente para provar que a obra não era da médium, uma jovem senhora dotada de escassos conhecimentos.

FE: Como o senhor escolhe os temas que desenvolve em seus livros, considerando-se a variedade dos assuntos neles abordados?
Hermínio Miranda: Outra pergunta para a qual não tenho resposta objetiva. Às vezes (Ou sempre?) me fica a impressão de que não fui eu que escolhi os temas; eles é que me escolheram.

FE: Seu livro mais recente – Os cátaros e a heresia católica – aborda uma doutrina medieval bastante parecida com o Espiritismo. Diga-nos algo sobre isso.
Hermínio Miranda: O estudo sobre os cátaros esteve em minha agenda cerca de 25 anos. Até que chegou o momento em que a própria obra “entendeu” que chegara a hora de ser escrita. Em parte, porque o tema exigia extensas e aprofundadas pesquisas na historiografia especializada francesa. Além disso, procurei sempre obedecer nos meus estudos uma escala de prioridades.
Não há dúvida de que o catarismo foi um dos mais convincentes precursores do Espiritismo. Antes dele, o mais promissor e bem articulado foi o movimento gnóstico. A inteligente doutrina cátara foi elaborada a partir do Evangelho de João, de Atos dos Apóstolos e das Epístolas, principalmente as de Paulo. Tive algumas surpresas como a de encontrar referências ao Consolador, que, com tanto relevo figura na Doutrina dos Espíritos. E mais: reencarnação, comunicabilidade entre as duas faces da vida, o despojamento dos cultos, sem rituais e sem sacramentos a não ser o do “consolamentum”. Seu propósito era o de um retorno à pureza original do cristianismo. E por isso, morreram nas fogueiras da Inquisição.

FE: O senhor tem obras não-espíritas publicadas?
Hermínio Miranda: No início de minha atividade literária, na distante mocidade, escrevi alguma ficção. Nada de que me possa orgulhar, ainda que tenha sido premiado em concursos literários e ter tido acesso a importantes publicações brasileiras. Um desses escritos mereceu crítica bastante lisonjeira de significativos escritores como Eloy Pontes (O Globo), Monteiro Lobato e o temido e respeitado Agripino Griecco (estes dois em cartas ao autor). Logo compreendi, contudo, que meu caminho não passava por ali, embora o instrumento de trabalho – a palavra escrita – fosse o mesmo.

FE: Sabe-se de sua limitada atividade como orador, expositor, palestrante ou conferencista. Por que isso?
Herminio Miranda: Considero-me orador medíocre. E nem me esforcei em desenvolver esse improvável talento, por duas razões: Primeira – sempre sonhei e desejei tornar-me escritor. Sinto-me à vontade com as letras. Segundo – que, no meu entender, não faltam bons oradores, expositores e conferencistas no meio espírita. Eu nada teria a acrescentar ao excelente trabalho que eles e elas têm feito nesse sentido.

FE: Como tem sido sua atividade em grupos mediúnicos?
Hermínio Miranda: Durante quase 40 anos participei de trabalhos mediúnicos em pequenos grupos. A parte mais importante de minha obra surgiu da experiência adquirida nessa tarefa. Sou grato aos amigos espirituais que guiaram meus passos nessa nobre e difícil atividade, bem como aos companheiros encarnados – médiuns e demais participantes – e às numerosas entidades com as quais dialogamos no correr de todo esse tempo. Costumo dizer com toda sinceridade e convicção que muito mais aprendi com os chamados “obsessores” do que lhes ensinei, se é que o fiz.

FE: Dispomos hoje de computadores, Internet, e-mail e outras tecnologias destinadas a facilitar a pesquisa. De que forma o senhor deu conta de seu trabalho sem o aparato de hoje?
Hermínio Miranda: O computador me tem sido valioso instrumento de trabalho. Não tanto nas pesquisas, mas na tarefa mesma de escrever. No tempo da falecida máquina de escrever, os textos eram penosamente datilografados, corrigidos à mão ou na própria máquina e posteriormente passados a limpo, duas ou três vezes.
Não uso muito a Internet para pesquisa, a não ser quando se torna necessária alguma informação adicional especializada. Ou quando à cata de livros. Isso porque, no meu entender, nada substitui o livro como objeto de estudo, consulta e citação. Obras como as que escrevi sobre o autismo, por exemplo, ou sobre os cátaros ou Alquimia da mente, exigiram preparo maior que só uma boa bibliografia em várias línguas poderia suprir. Em suma, por mais que os entendidos da informática desaprovem, o computador é, para mim, uma excelente e sofisticada máquina de escrever.

FE: Qual deve ser a postura espírita diante da antiga dicotomia e até confronto entre religião e ciência?
Hermínio Miranda: De serenidade e confiança. Não há o que temer. Ao lado de cientistas que têm procurado minimizar ou até demolir aspectos fundamentais da realidade espiritual, temos também, outros tantos que produziram e continuam a produzir impressionante volume de trabalhos científicos que demonstram a validade do modelo adotado pela Doutrina dos Espíritos. Dizem nossos amigos advogados, que o ônus da prova cabe a quem acusa. Que se prove, então, que essa realidade é uma balela ou uma fantasia. Kardec teve a corajosa serenidade de ensinar que a Doutrina teria de estar preparada até para mudar naquilo que fosse demonstrado estar em erro. O que não aconteceu em quase século e meio. Deixou igualmente claro que o Espiritismo é uma doutrina evolutiva e, portanto, aberta e atenta a todos os ramos do conhecimento. Ou seja, não deve deixar-se congelar dentro de um rígido modelo ou procedimento que o isole do que se passa “lá fora” de seu território ideológico.

FE: Assuntos como clonagem, que vêm ganhando espaço na mídia, devem ser tratados pelos espíritas?
Hermínio Miranda: Não tenho dúvidas de que a temática da clonagem nos interessa para estudo e tomada de posição, mesmo porque perguntas sobre esse fenômeno estão sendo dirigidas a nós. “O que você acha disso?” – perguntam-nos.
Em artigo intitulado “Xerox de gente” (“Reformador”, julho de 1980) cuidei do assunto, bem como, em outras oportunidades, da criogenia e do transplante. Este, por exemplo, foi tema proposto por Deolindo Amorim, em estudo, do qual participei, no Instituto de Cultura Espírita.
Antes disso, em dois artigos intitulados “O homem artificial”, publicados no antigo “Diário de Notícias”, do Rio, entendia eu o seguinte, em conclusão “...o que se chama um tanto pomposamente de criação do homem em laboratório, se reduz, a uma análise fria do problema, à criação de condições materiais à atuação de um espírito reencarnante.” (Ver De Kennedy ao homem artificial, de Luciano dos Anjos e meu, FEB 1975, p. 285).
O problema, portanto, situa-se no açodamento irresponsável de interferir nos mecanismos naturais testados, aprovados e consolidados ao longo dos milênios. Irresponsável porque não estão sendo levados em conta os aspectos éticos necessariamente envolvidos em tais pesquisas. Pensa-se, por exemplo, em criar com a clonagem, um “estoque” de “peças de sobressalentes” destinadas a repor as que se desgastarem pelo uso e abuso praticados no corpo da pessoa que forneceu o material genético.
A técnica de congelar cadáveres – criogenia – parte do pressuposto de que a ciência venha a desenvolver no futuro, procedimentos e medicamentos capazes de curar as mazelas de que morreram as pessoas. E os espíritos? “Onde” ficam? Sob que condições? Até quando? Disso, ninguém cuida, pois a entidade espiritual acoplada àquele corpo é totalmente ignorada. Por ignorância mesmo, aquela que não sabe e não quer saber, por mais cultos que sejam os que realizam tais experimentações.
Sobre esse tema, escrevi, ainda, há cerca de 30 anos – não tenho, no momento, como precisar a data – um artigo intitulado “Uma ética para a genética”—uma espécie de pressentimento sobre o que estamos agora testemunhando.
Em resumo: os espíritas devem, sim, acompanhar a movimentação de idéias, fatos, estudos e pesquisas, no mínimo para se informarem do que se passa e para que continuem confiando nas estruturas doutrinárias que adotaram.

FE: Gostaríamos que falasse sobre Chico Xavier e seu papel no contexto espírita.
Hermínio Miranda: Não há muito que dizer. Chico é uma unanimidade. Portou-se com bravura e digna humildade. Anulou-se como pessoa humana, para que por ele falassem seus numerosos amigos espirituais. Não há dúvida de que ampliou os horizontes desvelados pela Doutrina dos Espíritos, sem por em questionamento nenhum de seus princípios básicos; pelo contrário, os confirmou, sempre olhando para frente. O trabalho que nos chegou através dele demonstra que se pode expandir os horizontes da Doutrina dos Espíritos sem a mutilar.

FE: Que acha o senhor do movimento espírita brasileiro? Vai bem?
Hermínio Miranda: Não me considero com autoridade suficiente para uma avaliação do movimento espírita. Por contingências profissionais, não me foi possível participar dele como o desejaria, mas não apenas por isso. Tive de fazer uma opção e toda opção tem certo componente limitador, porque exclui outras. Minha prioridade era escrever. Isso tem sido uma espécie de compulsão, por ser, creio eu, a principal tarefa que me teria sido confiada ao me reencarnar. E para escrever, você precisa ler, ler muito, estudar, pesquisar, meditar, organizar suas idéias e expô-las de modo consistente. Não me teria sido possível fazer tudo isso em adição ao intenso trabalho profissional e às tarefas que, porventura, me fossem confiadas no movimento.

FE: Os princípios básicos da Doutrina Espírita já eram conhecidos na Antiguidade. Quais as civilizações que mais contribuíram para a formação desse patrimônio cultural?
Hermínio Miranda: A pergunta é muito ampla para as limitações de uma simples entrevista. É certo, porém, que os fenômenos de que se ocupa a doutrina são tão antigos quanto o ser humano. O aspecto que me parece mais relevante, neste caso, é o de que a realidade espiritual sobre a qual se assenta a Doutrina dos Espíritos já estava contida nos ensinamentos de Jesus e foi ele próprio que dirigiu a equipe que trabalhou com Kardec.

FE: Como o senhor considera o papel de Allan Kardec na elaboração dos livros básicos da Codificação?
Hermínio Miranda: Seria ocioso repetir o que já sabemos. O papel dele foi fundamental na elaboração dos livros básicos. Sua percepção da relevância do que estava acontecendo com as mesas girantes, sua capacidade para ordenar todo o material que lhe foi entregue, digamos, em estado bruto, em simples cadernos de anotações e a sensibilidade para formular suas perguntas dentro de um esquema racional e seqüencial, evidenciam o acerto de sua escolha para delicada tarefa.

FE: Fala-se e se escreve muito no meio espírita sobre os três aspectos da Doutrina dos Espíritos. Qual a sua posição nessa questão?
Hermínio Miranda: Não me sinto atraído por debates ou polêmicas, como o que às vezes se armam em torno de questões como essa. Está claro, para mim, que o Espiritismo tem sua vertente filosófica, a científica e a religiosa. Ao falar sobre isso, tenho em mente Religião com maiúscula; com todo o respeito devido, não me refiro às várias denominações cristãs contemporâneas. Mesmo porque o Cristo não fundou religião alguma – ele se limitou a pregar e exemplificar uma doutrina de comportamento, ou seja, como deve o ser humano portar-se perante o mundo, a vida, seus semelhantes e, em última análise, diante de si mesmo e da divindade. Ao que sabemos, jamais o Cristo cogitou de saber se sua doutrina devia ou não ser caracterizada como religião. E, no entanto, é religião, no seu mais puro e amplo sentido, de vez que cuida de nossa relação com as leis divinas. Minha opção prioritária, por assim entender, é pelo aspecto religioso do Espiritismo, sem, contudo, ignorar ou minimizar os demais. Nada tenho e nem poderia ter, contra os que pensam de modo diferente. Não vejo como nem por que disputar coisas como essa. Tenho eu de desprezar, combater, hostilizar, odiar e até eliminar aquele que não pensa exatamente como eu?
Se você prefere cuidar do vetor científico ou do filosófico, tudo bem.
Solicitado, certa ocasião, a um pronunciamento dessa natureza, entreguei pessoalmente ao eminente e saudoso companheiro dr. Freitas Nobre, um pequeno texto sob o título “Problema inexistente”, que ele mandou publicar em “Folha Espírita”. Por que e para quê todo esse debate? Começa que a posição a ser assumida ante o problema depende da conceituação preliminar do que se entende por religião. De que tipo de religião estaríamos falando?

FE: Como o senhor situa o pensamento do Cristo no contexto da Doutrina Espírita?
Hermínio Miranda: Kardec sabia muito bem o que fazia ao adotar a moral do Cristo. Afinal de contas e, ainda repercutindo a temática da pergunta anterior, o Espiritismo nos pede mais, em termos de comportamento e reforma íntima, do que a ciência e a filosofia. Há quem me considere místico, mas o rótulo não me incomoda; ao contrário, acho-o honroso e o aceito assumidamente. Não consigo imaginar minha vida – e a vida, em geral – sem os ensinamentos do Cristo. Como sou um obstinado questionador, tenho, pelo menos, duas perguntas a formular: “Que é ser místico?” E, antes dessa: “O que é misticismo?” Um amigo meu, muito querido, costumava dizer-me isso, naturalmente, sem a mínima conotação crítica, como quem apenas enuncia um fato. Regressou antes de mim ao mundo espiritual. Passado algum tempo, manifestou-se em nosso grupo mediúnico e entre outras coisas, me disse: “Você é que estava certo.”

FE: Qual é a sua formação profissional?
Hermínio Miranda: Minha formação profissional é em Ciências Contábeis, função que exerci na Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, a partir de 1948, em Nova York (entre 1950 e o final de 1954) e, posteriormente, no Rio de Janeiro, de 1957 a 1980, quando me aposentei. Devo acrescentar que no decorrer dos últimos 22 anos, estive sempre no exercício de cargos executivos no primeiro escalão da empresa ou no segundo.

FE: Deixamo-lo à vontade para algo mais que queira acrescentar.
Hermínio Miranda: Certa vez fui convidado por uma freira, amiga da família, para um encontro com seus alunos de teologia numa universidade brasileira. No dia e hora marcados, lá estava eu. Ela é doutora em teologia e sabia, naturalmente, de minhas convicções, e foi por isso mesmo que me convidou, concedendo-me oportunidade de verificar o quanto sua mente é arejada e despreconceituosa. Perguntei-lhe sobre o que ela desejava que eu falasse. Ela propôs dois pontos: a reencarnação e como o Espiritismo considerava a figura de Jesus. Dito isso, foi sentar-se modestamente entre seus alunos e, como eles e elas, formulou várias perguntas. Passamos ali, umas duas horas numa conversa fraterna, animada e desarmada.
Digo que ela escolheu bem os temas, porque, na minha maneira de ver, a reencarnação é o cimento que mantém os diversos aspectos da realidade espiritual consolidados num só bloco. Uma vez admitida a reencarnação, tudo o mais se encaixa no seu lugar com precisão milimétrica. Isso porque, sendo como é uma realidade por si mesma, uma lei natural e não objeto de crença ou de fé, a reencarnação pressupõe existência, preexistência e sobrevivência do ser à morte corporal, bem como a lei de causa e efeito, que regulamenta nossas responsabilidades perante a vida. Mais: a reencarnação exclui do modelo dito religioso, qualquer possibilidade ou necessidade de céu, inferno ou purgatório como “locais” onde se gozam as benesses da vida póstuma ou se sofrem as conseqüências de erros e equívocos cometidos. Do ponto de vista da teologia dita cristã contemporânea, portanto, a reencarnação é uma doutrina subversiva, no sentido de que desmonta todo um sistema teórico de idéias e conceitos tidos por irremovíveis.
Quanto ao Cristo, não há o que discutir, é a mais elevada entidade que passou pela terra.
Acho que a ilustrada irmã gostou da minha fala, dado que algum tempo depois, me convidou novamente, desta vez para falar a um grupo de sacerdotes católicos já ordenados e seminaristas em final de curso. Que também foi uma conversa amena, fraterna e franca.

sábado, 13 de novembro de 2010

Desabafo Interior

- Vou chamar sua atenção...!
E desta vez não me venha com desculpas, por favor...
Vamos começar combinando assim: eu falo e você simplesmente me escuta e reflita! Afinal, cedo ou tarde, acabaríamos tendo este diálogo.
Agora somos apenas dois... Nós e nossa consciência! Então, primeiramente, gostaria de levantar algumas perguntas bem simples e, por favor, sem rodeios para respondê-las. Vamos lá... Com toda sinceridade, por que nos ignoramos tanto? Por que tememos este contato conosco mesmo, se nós mesmos sabemos que é inevitável? Para que adiar?
Pare! Olhe a nossa volta...
Ahhhh, perdoe-me... Não estamos mais acostumados a observar, não é mesmo?! Mas, insista um pouco mais. Vamos que juntos conseguiremos!
Olhe... Veja onde estamos agora. Vamos parar por alguns instantes o que estamos fazendo, pois se posso lhe oferecer este breve tempo, nada mais justo do que você me oferecer um pouco de atenção.
Nossa... Quanta coisa ao nosso redor, não é mesmo?! Nem tínhamos notado. Já conquistamos tanto... Veja! Tudo bem que ainda não estamos na (1)posição social que desejamos, mas convenhamos que sempre falta algo, não é mesmo? Ainda bem que não deixamos nada para trás...
Por que o silêncio? Será que pensamos algo errado ou que não devíamos? Não vamos desistir agora só por causa de um apertozinho no coração, o que é isso?! Somos tão fortes!
E nesse momento o que acha de voltarmos um pouco no tempo...?
Lembrar das nossas peripécias de criança... Nossa como aprontávamos! E quando adolescentes então... Ah, quanta confusão! E aquela nossa turma do ginasial, lembra? Por onde será que andam heim?! Quanta saudade que deixamos no armário do tempo, não é mesmo... Éramos tão livres que até o ar parecia mais leve.
Isso porque talvez não nos importássemos tanto com o que queriam que a gente fosse ou porque não tínhamos tanto tempo sobrando para nos preocupar com o “molde” que queriam nos encaixar.
MOLDE! Será que isso nos faz lembrar algo? Por que motivo comparar nossa vida com um molde? Afinal, essa expressão “tem mais haver com um modelo do que com a vida.
Por outro lado, refletindo um pouco mais, será que estamos realmente vivendo dentro de algum molde? Difícil responder... Fomos pegos de surpresa não é? Então vamos pensar juntos novamente...
Em algum lugar do nosso passado existiu um momento em que adotamos este molde no qual nos encontramos hoje. Se pararmos para pensar que estamos constantemente mudando, talvez a chave de tudo possa estar ai! Então, para quem ou porque estamos mudando? Esta mudança nos faz mais livres ou nos aprisiona em mais um modelo, um molde?
Quando crianças, queremos ser nossos pais ou algum super-herói; na adolescência, a popularidade é nossa meta; quando adulto, buscamos a conquista de nossos ideais, para que, assim, quando a velhice chegar, possamos desfrutá-la com um pouco mais de tranqüilidade. Já parou para pensar em tudo isso?! Quantos moldes, quantas vidas, quantos sonhos!
Mas, será que estamos vivendo e desfrutando o que a vida nos oferece? Será que o molde que estamos usando neste momento não está sendo apertado demais para nós? Meu Deus... Para onde estamos indo?!
Quem foi que nos disse que nossos sonhos são impossíveis? Quem nos fez acreditar que nosso cabelo não combina com a gente? Quem colocou na nossa cabeça que, para ser feliz, temos que ser um modelo de sedução? Quem nos fez aceitar que o sapato que mais gostamos já não está na moda e que, por isso, seremos bregas se usá-lo? Quando foi a última vez que andamos descalços, sentido a terra ou a grama entre nossos dedos? Por que nunca mais tomamos um banho de chuva? E aqueles desenhos que amávamos, desde quando deixamos de assisti-los? Por que acreditamos que, se nos declararmos e dissermos “Eu te Amo”, estaremos entregando os pontos? Por que paramos de comer a raspa do brigadeiro, que fica grudada no fundo daquela panelinha velha, quando estamos diante de outras pessoas? Desde quando começamos a nos ocultar para viver... Desde quando?
Será que porque crescemos? Será que porque já não esta mais na moda? Será que porque só fazemos o que todos querem ou o que a revista de etiqueta dita? Será que porque agora temos mais responsabilidades? Será, será, será...?
E enquanto isso... O tempo não volta!  O que passou, ficou lá atrás... E o que estamos esperando para começar a desfrutar a vida novamente?
(2)Viver é uma arte... É simples! Mas, a realidade, é que exigimos muito da vida e o resultado não poderia ser diferente a não ser este corre-corre descontrolado em busca das utopias. Quase não temos tempo para um olhar, um abraço, um sorriso. Nem paramos mais para conversar... E quando paramos, na maioria das vezes, o assunto acaba desviando para os becos da lamentação infundada ou nas observações que não deixamos passar em branco sobre a vida alheia.
As perguntas que faço diante disso é: O que estamos fazendo? Quanto tempo ainda vamos suportar em meio os nossos próprios (3)tormentos voluntários para entender que a vida segue um ritmo, um pulsar?
Sinta as batidas do coração, ouça o ritmo da vida sempre pulsando dentro de nós, observe os ponteiros de um relógio, sinta o movimento do vento, aprecie um nascer ou um pôr-do-sol, contemple as estrelas, sinta o exalar das plantas... Tudo esta em harmonia, é o ritmo da vida!
E o nosso ritmo, como está? Será que estamos esquecendo de viver o momento mais precioso que a vida nos oferece? Momento este que a todo instante se torna parte do passado para que, pouco a pouco, vá se somando a nossa coleção de lembranças. Estamos falando do “presente”, o agora, nosso hoje. O próprio nome não poderia ter melhor definição: “PRESENTE”. E realmente é um presente que a vida nos oferece, mas que, infelizmente, estamos ocupados e apressados demais para abri-lo e vivê-lo.
É no presente que devemos viver, porque é somente (4)aqui que iremos realmente aprender, é somente assim que iremos sentir a vida. O que estamos esperando então?! A situação melhorar? Boa desculpa! Enquanto isso, a vida vai continuar e tudo a nossa volta vai mudar, pois tudo evolui, tudo está em constante (5)progresso.
Já atingimos por mérito a classe dos “Seres Racionais”, mas muitas vezes agimos na irracionalidade. Somos dotados da capacidade de (6)escolha e a vida está nos convidando para participar de uma linda festa, a qual cabe a nós aceitarmos ou não.
Existem aquelas afirmações que dizem: “na minha época tudo era diferente, por isso éramos mais felizes!” Engraçado, achei que nossa época fosse o agora, já que estamos em constante evolução. A não ser que estamos vivendo de passado e, mais cedo ou mais tarde, seremos sufocados por ele.
Confie... Vamos viver!
Respire mais... É de graça!
Agradeça... (7)Agradecer é uma dádiva e nos conecta com Deus e com a Vida!
Lembrem-se: nos tornamos aquilo que julgamos ser.
Agora acho que já podemos refletir melhor... Como estamos lidando com nosso molde de Vida?

O autor, José Antonio da Cruz, é de Catanduva-SP, e-mail: joseantony2006@terra.com.br

Referencias para estudo:(1) E.S.E – Cap.XVI-Item: 7
(2) E.S.E – Cap. V-Item: 18
(3) E.S.E – Cap. V-Item: 4
(4) L.E - Livro II – Cap. IV – Questão: 167
(5) L.E - Livro III – Cap. VIII- Questão: 779
(6) L.E - Livro III – Cap. X-Questão: 843
(7) L.E - Livro III – Cap. II - Questões: 658, 659, 660
(7) E.S.E – Cap.XXVII -Eficácia da Prece

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Show Vida no Teatro Glauce Rocha (da UFMS), em Campo Grande-MS, hoje as 19:30 horas

O show VIDA (pois sabemos que a morte não existe, apenas a carne perece), com Walter Demirdjian, Elieti Sueli O. Almeida e convidados está harmonioso, elegante, trazendo muita paz e momentos de alegria e embelezamento. Contamos com você no Teatro Glauce Rocha, localizado no complexo da Cidade Universitária, da UFMS, hoje dia 2 de novembro de 2010, dia de Finados, as 19:30 horas. Promoção da Fundação Chico Xavier, com objetivo maior da divulgação da Doutrina Espírita.

Saiba mais sobre a Campanha mais que envolvente do "Evangelho no Lar e no Coração"

SEMANA DA VIDA 2010: “Valorização da Vida: uma visão espírita sobre a morte”

A Federação Espírita de MS convida a todos para a tradicional palestra a ser realizada  no Dia de Finados, a convite da administração do Cemitério Parque das Primaveras, “Valorização da Vida: uma visão espírita sobre a morte” Palestrante: Aymoré Alves Marinho
Data: 2 de novembro de 2010 - 10 horas
Local: Cemitério Parque das Primaveras
Av. Senador Felinto Müller, 777 – Campo Grande-MS

sábado, 30 de outubro de 2010

Ciclo de Palestras e Seminários do ICEMS com apoio da FEMS - Adalgiza e José Antonio Balieiro em Campo Grande-MS

Jacob Holzmann Netto - Saudação e agradecimento ao conferencista Professor Padre Emílio Silva com o tema Da Licitude e Conveniência da Pena de Morte


Em 1958, quando o Centro Acadêmico Hugo Simas (Faculdade de Direito da UFPR), convidou o venerando Professor Padre Emílio Silva para uma série de Conferências subordinadas ao título de sua livre escolha: Da Licitude e Conveniência da Pena de Morte, ao orador Jacob Holzmann Netto coube saudá-lo.
Jacob lhe elogiou a inteligência, a cultura, os copiosos títulos acadêmicos, mas, afirmou discordar daqueles que faziam apologia da pena de morte. Concluídas as Conferências, o orador do Centro Acadêmico teve mais um dever a cumprir: agradecer ao convidado.
Jacob se referiu às intelectualizadas peças oratórias produzidas, ao grande pensador e argumentador vigoroso, mas concluiu com Corajosa Afirmação de Princípios:
Embora lhe tenha parecido que minhas palavras, quando eu o saudei há três dias, não tiveram outra força que não o arrebatamento do orador - não é o arrebatamento deseducado que grita em mim: sou cérebro e sou coração (o Padre dissera que só era contra a pena de morte quem apenas agia pelo coração...), sou cérebro e sou coração, quando sou contra a pena de morte. Apenas Vossa Excelência desconhece a doutrina – a um só tempo filosófica, científica e religiosa – que ME DÁ ESTA CONVICÇÃO. Isso importa numa PROFISSÃO DE FÉ: SOU ESPÍRITA e, COMO ESPÍRITA, não poderei, jamais, sem trair minha razão e meu sentimento, aceitar a legitimidade e a conveniência da pena de morte.
E malgrado permaneçamos ambos cristãos – Vossa Excelência mesmo o disse – hoje se me tornou patente que ENCARAMOS O CRISTO SOB PRISMAS DIFERENTES... Talvez algum dia, quando não formos mais o MESTRE e o aluno, o CLÉRIGO e o leigo, a MATURIDADE e a juventude; em algum lugar, quando livres das contingências da matéria, a vida de um homem ou de um povo nos parecer tão pequena quanto a de um mosquito e, em compensação, a de um inseto tão infinita quanto a de um corpo celeste com toda sua poeira de nações; talvez, nesse dia, possamos compreender, juntos, que todos os homens, de todas as seitas e de todas as filosofias, lutam pela conquista da VERDADE e para ela evolam em sua marcha ascensional até Deus.1
1 Jornal Mundo Espírita de 30/04/1971
parte do artigo publicado no site do Jornal Mundo Espírita, o artigo integral, em homenagem ao aniversário do desencarne do eminente orador espírita, jurista e psicólogo Jacob Holzmann Netto. Leia mais

Música e magnetismo: com Jacob Melo

Entrevista publicada na Revista Cristã de Espiritimo, edição especial nº 2, escrito por Érika Silveira  
O músico e pesquisador espírita Jacob Melo fala sobre o papel da música e a função dos passes energéticos no processo de cura.
Além de músico e integrante do Grupo Seres Imortais, grupo que está na capa da Revista Cristã de Espiritismo Especial – Música, edição nº 02, o médium Jacob Melo é um profundo pesquisador e escritor do movimento espírita. Recentemente, lançou o livro Cure-se e cure pelos Passes, que fala das técnicas do magnetismo como um método de cura, muito utilizadas nos centros espíritas.
Jacob, que mora em Natal (RN), esteve em São Paulo no mês de setembro para fazer diversas palestras na capital e na região do Grande ABC. Aproveitamos sua presença para fazermos uma entrevista para o programa Realidade Espírita, produzido pela Revista Cristã de Espiritismo e transmitido pela Rádio Mundial AM (no ano de 2002), onde ele fala sobre o papel da música e, principalmente, do passe no processo de cura espiritual.


Qual é a proposta do Grupo Seres Imortais?
Jacob Melo – Nosso trabalho musical visa o espírito de alegria e confraternização, ao contrário do que muitas pessoas que não conhecem a doutrina de perto pensam às vezes, ou seja, que Espiritismo significa cara fechada e pessoas sisudas. E não é nada disso! Na realidade, o movimento espírita é extremamente feliz, como, por exemplo, a música escolhida para a revista de música, “A Vida é Alegre”, que traz essa proposta.

Em sua opinião, a música tem alguma ligação com a cura espiritual? 
Jacob Melo – Há uma ligação extremamente profunda e muita viva. Nós podemos inclusive dar um testemunho sobre o que ocorreu em umas das palestras feitas em São Bernardo do Campo (SP). Ao final do evento, nós tocamos três musicas do CD e, mesmo sendo desconhecidas do público, todos cantaram juntos. Na última música que colocamos, chamada “A maior história de amor”, formou-se um clima extremamente delicado, todos ficaram envolvidos. Isso é um fenômeno fantástico que a música propicia. Um outro fato curioso que aconteceu foi quando estávamos participando de um evento em Campinas (SP) e, no final desse seminário, a presidência do evento convidou um expositor da Bahia, chamado Marcel Mariano, para fazer a prece de encerramento. O auditório estava lotado, com cerca de 600 pessoas. Ele tomou o microfone e começou a cantar uma bela canção de Roberto Carlos, foram cinco minutos de profundo silêncio, o que criou um clima maravilhoso. Então, se a música for bem empregada, ela também é um veículo de cura.

O que você pode nos falar sobre o magnetismo transmitido através do passe? 
Jacob Melo – O Espiritismo tem a glória de tratar o magnetismo e o passe com muita constância e profundidade, o que não quer dizer que cabe apenas ao Espiritismo a veiculação dos fluidos pelos passes. Porque todas vezes que oramos e vibramos por alguém ou abraçamos com afeto e respeito, independentemente do principio religioso, nós estamos, nessas circunstâncias, emitindo fluidos revigorantes na direção delas. O passe, dentro da visão espírita, toma uma característica de maior profundidade apenas porque nós estudamos mais, fomos até a origem buscar as razões de certos movimentos e como melhorar a eficiência dessas técnicas. O fato de nós, espíritas, procurarmos ter um pouco mais de estudo, além da certeza da eficiência da presença dos espíritos, de certa forma torna nossa realização através dos passes muito mais efetiva. Quando Allan Kardec perguntou “e se os magnetizadores acreditassem nos espíritos, o que aconteceria?”, os espíritos responderam que “operariam verdadeiros milagres”. Nós estamos bem cientes dessa vertente e acreditamos que, quando operamos com sabedoria e contando com a participação dos espíritos, não necessariamente dos espíritos espíritas, nosso passe só tem a crescer em qualidade.

Podemos perceber que outras religiões trabalham com o passe, muitas vezes até de uma forma inconsciente, como, por exemplo, os evangélicos, quando os pastores estendem suas mãos sobre os fiéis, o que também pode ser entendido com uma forma de passe. Desta forma, o que conta é o sentimento, não é mesmo? 
Jacob Melo – Sem dúvida! Em qualquer campo de teoria, quando se tem o amor, ele se sobrepõe, não adianta ter toda a técnica e conhecimento. Ele não é só o veículo, mas a essência, a técnica apenas ajuda a extrair os melhores efeitos dessa aplicação de amor. Sendo assim, todos nós estamos vibrando e todas as igrejas também, assim como o reiki, atualmente muito em voga, é uma técnica de magnetismo. Jesus mesmo falava sobre as imposições de mãos nas curas. A aplicação do magnetismo não aconteceu só na época de Cristo para cá, mas muito antes, lá no antigo Egito, temos os registros, porque isso é uma bênção de Deus para as criaturas. Todos nós podemos usá-lo, mas é claro que, se soubermos o que estamos fazendo, nós enriquecemos o processo.

De que maneira o magnetismo é capaz de curar? 
Jacob Melo – São duas fontes: uma carente, outra farta. É como quando você quer tomar banho: você tem a torneira, o encanamento e a água na caixa, só vai precisar abrir as comportas para que ela possa cair. A mesma coisa acontece no passe. Normalmente, nós temos uma pessoa que está carente, seja de ordem orgânica ou espiritual, e o médium ou o mundo espiritual são seres que podem oferecer o que essa pessoa está precisando. Assim, abre-se a torneira, não importa a fonte, do plano espiritual ou de alguém capaz de doar o que chamamos de magnetismo.

Além do trabalho do passista, é necessário que a pessoa que procura o tratamento tenha fé?
Jacob Melo – A proposta de Jesus foi muita clara: “Vai, filho, tua fé te curou”. Mas nós sabemos que ele curou também os que não tinham fé, como no caso do cego de nascença, quando o mestre disse: “Pronto, estás curado”. Depois que Ele passou as mãos sobre os olhos e perguntou ao homem o que estava vendo, este respondeu: “Vejo o homem como se árvores fossem”. Quer dizer, a incredulidade era tão grande que não queria assumir que estava vendo criaturas. Jesus então cuspiu na lama e a passou sobre seus olhos, mandou que ele tomasse banho e o cego respondeu ainda: “Eu não vim, me trouxeram”. Ou seja, o nível de fé era zero, provando que, mesmo sem ela, a cura também acontece, porém, dá muito mais trabalho para se curar.

Existem doenças que têm processos mais profundos, em que as causas estão no passado e que, muitas vezes, geram distúrbios psíquicos. São casos nos quais só o passe não resolve e que talvez não ocorra a cura por ser parte do processo reencarnatório da pessoa. Como o médium que percebe isso deve lidar com o fato? 
Jacob Melo – O primeiro principio é o da honestidade. Muitas vezes, nós nos precipitamos, dizendo a essa pessoa que tome um passe que logo irá ficar boa e ficamos só nisso, o que é um equívoco muito grande, pois sabemos que há necessidade de uma reforma íntima. O passe entra como um complemento, é aquela força proposta por Jesus: “Eu irei te dar forças para que tu carregues a tua cruz”. Em nenhum momento Ele disse que iria tomar a cruz de ninguém. Nenhuma religião pode tomar esse direito de te retirar a cruz, mas sim dar condições para a pessoa suportá-la, pois assim ela se torna menos pesada. Se os dirigentes e os médiuns deixarem a questão bem clara, tudo fica mais fácil. Gostaria até mesmo de dar o testemunho do que aconteceu com uma amiga minha. Ela sofre de uma doença extremamente perigosa, um tipo de esclerose degenerativa que comprometeu todas as suas potencialidades orgânicas e, depois de perder praticamente todos os seus movimentos, ela só escreve e com muita dificuldade. Em nossa última conversa, disse-me: “O que eu mais agradeço, que a doença me proporcionou, é a possibilidade de ter tempo para ler, coisa que não tinha antes, além de muitas coisas que não dava valor. Hoje quero viver para aproveitar as oportunidades que estou tendo”. Essa é a verdadeira cura!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

1° Festival da Canção Espírita de Mato Grosso do Sul - dia 23 de outubro de 2010 - sábado - a partir das 18 horas na Câmara Municipal de Campo Grande-MS

A entrada para o evento será 1 quilo de alimento não perecível que será doado às instituições vinculadas à Federação Espírita de Mato Grosso do Sul. Mais informações na sede da FEMS, Avenida Calógeras,  2209 - Centro - Campo Grande-MS - fones: 3324-3757, 3324-8322 e 3382-557 - http://fems.org.br/sitefems/

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Jardim da Vida

A vida é um imenso jardim no qual cada um de nós semeia através de nossas próprias ações. Sendo assim, estejamos atentos a esta semeadura para que possamos distribuir e multiplicar os talentos(1) que o pai nos confiou. A semeadura é livre, porém, todos somos responsáveis pela colheita.
Aqueles que utilizaram dos seus talentos para semear(2) e propagar o bem colherá, em tempo certo, os frutos doces do amor, adquirindo forças para sua jornada. Mas, neste nosso campo fértil, nem sempre fazemos bom uso das nossas sementes, pois enterramos os nossos talentos nas algemas do orgulho e do egoísmo e estes se transformam em ervas daninhas que sufocam nossa vontade... E quais são os resultados desta colheita?  Quedas e desvios de toda sorte. “Vigiai e orai, nos advertira Jesus” (3).
Mantenhamo-nos vigilantes em nossos campos! E nos momentos difíceis, elevemos nossos pensamentos em prece(4) carregando nossas usinas interiores geradoras de forças que irá nos elevar em sublimes pensamentos de paz e esperança, pois, quando a alma se eleva a esferas divinas, pouco a pouco vamos deixando de ser arrastados para os lamaçais das baixas vibrações.
Somos os trabalhadores da última hora(5) convocados a servir na vinha do senhor. Façamos, então, de nossos campos, verdadeiros mananciais de amor na certeza de que nossa colheita será farta e abençoada rendendo os frutos do evangelho de Jesus que deverá habitar na consciência dos homens de bem.
José Antonio da Cruz. Catanduva-SP – 21/10/2010

Referências:
(1)E.S.E – Capitulo XVI, Item 6 -  Parábola dos Talentos
(2)E.S.E – Capitulo XVII, Item 5 -  Parábola do Semeador
(3)Novo Testamento, Mateus Cap. 26, v41 – Marcos Cap. 14, v38
(4)E.S.E – Capitulo XXVII, Item 6 – Eficácia da Prece
(5)E.S.E – Capitulo XX, Item 1 – Os Trabalhadores da Última Hora