sábado, 27 de agosto de 2011

As Drogas e suas Implicações Espirituais

I - Introdução
Um dos problemas mais graves da sociedade humana, na atualidade, é o consumo indiscriminado, e cada vez mais crescente, das drogas, por parte não só dos adultos, mas também dos jovens e, lamentavelmente, até das crianças, principalmente nos centros urbanos das grandes cidades.
A situação é tão preocupante, que cientistas de várias partes do Planeta, reunidos, chegaram à seguinte conclusão: "Os viciados em drogas de hoje podem não só estar pondo em risco seu próprio corpo e sua mente, mas fazendo uma espécie de roleta genética, ao projetar sombras sobre os seus filhos e netos ainda não nascidos."
Diante de tal flagelo e de suas terríveis conseqüências, não poderia o Espiritismo, Doutrina comprometida com o crescimento integral da criatura humana na sua dimensão espírito-matéria, deixar de se associar àqueles segmentos da sociedade que trabalham pela preservação da vida e dos seus ideais superiores, em seus esforços de erradicação de tão terrível ameaça.
O efeito destruidor das drogas é tão intenso que extrapola os limites do organismo físico da criatura humana, alcançando e comprometendo, substancialmente, o equilíbrio e a própria saúde do seu corpo perispiritual. Tal situação, somada àquelas de natureza fisiológica, psíquica e espiritual, principalmente as relacionadas com as vinculações a entidades desencarnadas em desalinho, respondem, indubitavelmente, pelos sofrimentos, enfermidades e desajustes emocionais e sociais a que vemos submetidos os viciados em drogas.
Em instantes tão preocupantes da caminhada evolutiva do ser humano em nosso planeta, cabe a nós, espíritas, não só difundir as informações antidrogas que nos chegam do plano espiritual benfeitor que nos assiste, mas, acima de tudo, atender aos apelos velados que esses amigos espirituais nos enviam, com seus informes e relatos contrários ao uso indiscriminado das drogas, no sentido de envidarmos esforços mais concentrados e específicos no combate às drogas, quer no seu aspecto preventivo, quer no de assistência aos já atingidos pelo mal.
 
II - A Ação das Drogas no Perispírito
Revela-nos a ciência médica que a droga, ao penetrar no organismo físico do viciado, atinge o aparelho circulatório, o sangue, o sistema respiratório, o cérebro e as células, principalmente as neuroniais.
Na obra "Missionários da Luz" - André Luiz ( pág. 221 - Edição FEB), lemos: "O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual." Em "Evolução em dois Mundos", o mesmo autor espiritual revela-nos que os neurônios guardam relação íntima com o perispírito.
Comparando as informações dessas obras com as da ciência médica, conclui-se que a agressão das drogas ao sangue e às células neuroniais também refletirá nas regiões correlatas do corpo perispiritual, em forma de lesões e deformações consideráveis que, em alguns casos, podem chegar até a comprometer a própria aparência humana do perispírito. Tal violência concorre até mesmo para o surgimento de um acentuado desequilíbrio do Espírito, uma vez que "o perispírito funciona, em relação a esse, como uma espécie de filtro na dosagem e adaptação das energias espirituais junto ao corpo físico e vice-versa.
Por vezes o consumo das drogas se faz tão excessivo, que as energias, oriundas do perispírito para o corpo físico, são bloqueadas no seu curso e retornam aos centros de força.

III - A Ação dos Espíritos Inferiores Junto ao Viciado
Esta ação pode ser percebida através das alterações no comportamento do viciado, dos danos adicionais ao seu organismo perispiritual, já tão agredido pelas drogas, e das conseqüências futuras e penosas que experimentará quando estiver na condição de espírito desencarnado, vinculado a regiões espirituais inferiores.
Sabemos que, após a desencarnação, o Espírito guarda, por certo tempo, que pode ser longo ou curto, seus condicionamentos, tendências e vícios de encarnado. O Espírito de um viciado em drogas, por exemplo, em face do estado de dependência a que ainda se acha submetido, no outro lado da vida, sente o desejo e a necessidade de consumir a droga. Somente a forma de satisfazer seu desejo é que varia, já que a condição de desencarnado não lhe permite proceder como quando na carne. Como Espírito precisará vincular-se à mente de um viciado, de início, para transmitir-lhe seus anseios de consumo da droga, posteriormente, para saciar sua necessidade, valendo-se para tal do recurso da vampirização das emanações tóxicas impregnadas no perispírito do viciado, ou da inalação dessas mesmas emanações quando a droga estiver sendo consumida.
"O Espírito de um viciado em drogas, em face do estado de dependência a que se acha submetido, no outro lado da vida, sente o desejo e a necessidade de consumir a droga."
Essa sobrecarga mental, indevida, afeta tão seriamente o cérebro, a ponto de ter suas funções alteradas, com conseqüente queda no rendimento físico, intelectual e emocional do viciado. Segundo Emmanuel, "o viciado, ao alimentar o vício dessas entidades que a ele se apegam, para usufruir das mesmas inalações inebriantes, através de um processo de simbiose em níveis vibratórios, coleta em seu prejuízo as impregnações fluídicas maléficas daquelas, tornando-se enfermiço, triste, grosseiro, infeliz, preso à vontade de entidades inferiores, sem o domínio da consciência dos seus verdadeiros desejos".

IV - Contribuição do Centro Espírita no trabalho antidrogas desenvolvido pelos Benfeitores Espirituais
A Casa Espírita, como Pronto-Socorro espiritual, muito pode contribuir com os Espíritos Superiores, no trabalho de prevenção e auxílio às vítimas das drogas nos dois lados da vida.
Com certeza, essa contribuição poderia ocorrer através de medidas que, no dia-a-dia da Instituição, ensejassem:
Um incentivo cada vez mais constante às atividades de evangelização da infância e da juventude, principalmente com sua implantação, caso a Instituição ainda não tenha implantado.
Estimular seus freqüentadores, em particular a família do viciado em tratamento, à prática do Evangelho no Lar. Essas pequenas reuniões, quando realizadas com o devido envolvimento e sinceridade de propósitos, são fontes sublimes de socorro às entidades sofredoras, além, naturalmente, de concorrer para o estreitamento dos laços afetivos familiares, o que decerto estimulará o viciado, por exemplo, a perseverar no seu propósito de libertar-se das drogas ou a dar o primeiro passo nesse sentido.
Preparar devidamente seu corpo mediúnico para o sublime exercício da mediunidade com Jesus, condição essencial ao socorro às vítimas das drogas, até mesmos as desencarnadas.
No diálogo fraterno com o viciado e seus familiares, sejam-lhes colocados à disposição os recursos socorristas do tratamento espiritual: passe, desobsessão, água fluidificada e reforma íntima.
Criar, no trabalho assistencial da Casa, uma atividade que enseje o diálogo, a orientação, o acompanhamento e o esclarecimento, como fundamentação doutrinária, ao viciado e a seus familiares.

V - Conclusão
Diante dos fatos e dos acontecimentos que estão a envolver a criatura humana, enredada no vício das drogas, geradoras de tantas misérias morais, sociais, suicídios e loucuras, nós, espíritas, não podemos deixar de considerar essa realidade, nem tampouco deixar de concorrer para a erradicação desse terrível flagelo que hoje assola a Humanidade. Nesse sentido, urge que intensifiquemos e aprimoremos cada vez mais as ações de ordem preventiva e terapêutica, já em curso em nossas Instituições, e que, também, criemos outros mecanismos de ação mais específicos nesse campo, sempre em sintonia com os ensinamentos do Espiritismo e seu propósito de bem concorrer para a ascensão espiritual da criatura humana às faixas superiores da vida.

* O artigo acima é de autoria de Xerxes Pessoa de Luna e foi publicado originalmente na revista Reformador, de março de 1998 e publicado no jornal Mundo Espírita, de abril de 1998.
Foi disponibilizado na Rede Amigo Espírita em 27/08/2011.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Quando eu for para a vida espiritual o que pode acontecer?

Excelente palestra apresentada por Américo Luís Sucena de Almeida, do Projeto Imagem, foi realizada no dia 20/07/2009 no Centro Espírita Discipulos de Jesus, da cidade de Buritama-SP e foi disponibilizada pela Rede Amigo Espírita.
Américo fundamenta a palestra principalmente na obra Nosso Lar, de André Luiz, na psicografia de Chico Xavier, que com bom humor nos faz refletir sobre temas importantes que com certeza impactam o nosso dia a dia. Muito interessante, não deixe de assistir.

sábado, 6 de agosto de 2011

O que é a verdade?

    Contam as lendas que a verdade foi enviada por Deus ao mundo em forma de um gigantesco espelho.
    E quando o espelho estava chegando sobre a face da terra, quebrou-se, partiu-se em inumeráveis pedaços que se espalharam por todos os lados.
    As pessoas sabiam que a verdade era o espelho, mas não sabiam que ele havia se partido.
    E por essa razão, as que encontravam um dos pedaços, acreditavam que tinham nas mãos a verdade absoluta, quando na realidade possuíam apenas uma pequena parte.
    E quem deterá a verdade absoluta?
    A verdade absoluta só Deus a possui e a vai revelando ao homem na medida em que este esteja apto para conhecê-la.
    Assim é que os inventores, os cientistas, os pesquisadores, vão descobrindo a cada século novas verdades que se acumulam e fomentam o progresso da humanidade.
    É como se fossem juntando os pedaços do grande espelho e conseguissem abranger uma parcela maior.
    E assim, a verdade é conquistada graças aos esforços dos homens e não por uma revelação bombástica sem proveito para quem a recebe.
    Ademais, depois que a verdade é descoberta, ninguém pode encarcerá-la, nem guardá-la só para si.
    Quem experimenta o sabor da verdade, não mais permanece o mesmo. Toda uma evolução nele se opera e uma transformação radical e libertadora é inevitável.
    Por vezes a nossa cegueira não nos deixa vê-la, mas ela está em toda parte, latente, dentro e fora do mundo e é, muitas vezes, confundida com a ilusão.
    Retida na consciência humana, é, a princípio, uma chispa que as forças do autoconhecimento e do auto-aperfeiçoamento transformarão em uma estrela fulgurante.
    A verdade emancipa a alma e a completa. Infinita, vitaliza o microcosmo e expande-se nas galáxias.
    Vibra na molécula, agiganta-se no espaço ilimitado, e encontra-se ao alcance de todos.
    É perene e existe desde todos os tempos e sobreviverá ao fim das eras.
    A verdade é Deus. E para penetrá-la faz-se necessário diluir-se em amor como os grãos de açúcar em um cálice de água em movimento.
    Só agora podemos compreender o motivo pelo qual Jesus calou-se quando Pilatos Lhe perguntou: “o que é a verdade?”
***
    A verdade é luz que se expande.
    Aquece sem queimar e vivifica sem produzir cansaço.
    A meditação facilita-lhe o contato, a oração aproxima o homem da sua matriz e a caridade propicia a vivência com ela.
    A humildade abre a porta para que adentre no coração do homem e a fé facilita-lhe a hospedagem nos sentimentos.

fonte: Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no capítulo "Verdade e Vida", do livro "A um passo da Imortalidade", editora LEAL.