domingo, 26 de junho de 2011

A Pedagogia Espírita e a família - Reflexões

Quando falamos em Espiritismo, o imaginário popular já povoa nosso cérebro com fenômenos como a psicografia, aparição de espíritos, premonições, vidências etc.

Apesar de os estudiosos da doutrina espírita terem uma visão mais ampla sobre a origem do Espiritismo, com suas raízes pedagógicas que remontam a séculos nas vozes de Sócrates, Comenius, Rousseau e Pestalozzi, há entre eles uma resistência terrível, ou quiçá, uma ignorância, de como colocarmos em prática essa herança longínqua, porém reveladora do Espiritismo.

Quando a questão é a caridade assistencialista, parece fácil aos espíritas praticarem o desprendimento e se disporem a ajudar o próximo. Já dizia o velho provérbio popular que ser bom para os outros é muito mais fácil do que ser bom dentro de casa.

A Educação familiar faz parte de um mosaico de ações e de sentimentos que devem ser foco de análise e reflexão contínua. A relação entre pais e filhos, entre cônjuges e entre os irmãos deve ser alvo de preocupação constante. A estrutura familiar não deve ser vista como obra do acaso. Quando um casal recebe a responsabilidade de formar uma família assina um “contrato diante da eternidade”. O bem-estar financeiro, material, que os pais devem oferecer aos filhos, é apenas a ponta de um iceberg quando pensamos na educação de um espírito. O compromisso com os filhos, antes de qualquer coisa, deve fazer parte da proposta de melhoria individual.

Quando somos jovens, parece-nos que teremos todo o tempo do mundo para apararmos as arestas de nossa evolução, porém, diante da formação de um núcleo familiar, essa transformação se torna urgente. Essa visão não significa que a função de pais deve andar com a busca da perfeição, entretanto urge a necessidade de estarmos alertas e vigilantes. Todo esse compromisso diz respeito ao ponto chave da educação: que é o exemplo. Não se pode educar contra o vício, se o carregamos em nós mesmos.

Outra questão importante é e o atrelamento da felicidade individual com a felicidade dos filhos. Essa premissa, de rompimento com o individualismo, demonstra o caráter evolucionista da educação espírita - como posso ser feliz como individualidade se aquele que está sob meus cuidados vai sofrer diante de minhas escolhas?

O trabalho mediúnico ilustra para os céticos e comprova para os espíritas que os laços familiares perduram ao longo da eternidade: filhos que reencontram pais, pais que resgatam seus filhos de séculos de sofrimento corroboram com a ideia de que mesmo que nos afastemos ou abdiquemos de nossas responsabilidades paternas e maternas, não seremos felizes sem a felicidade de nossos filhos.
Essa questão é fundamental, porém não é única.

A convivência no ambiente familiar é extremamente complexa do ponto de vista espiritual. Há uma diversidade de razões para que os espíritos reencarnem numa mesma família, entretanto perde-se muito tempo querendo-se saber quais as relações anteriores que moldam as relações atuais. Ora, a questão é como administrar essas novas relações. Pestalozzi usava a palavra Anschauung, ou percepção em português, como o ponto chave da educação e sua proposta se estendem à perspectiva espírita. A mãe, carinhosa e presente, tem a condição de, já muito cedo, delinear as características da personalidade de seu filho e assim traçar um plano de ação em relação à educação.

Verificar esses traços não é de modo algum observar o espírito encarnado como uma cobaia de laboratório, mas é tentar vislumbrar quais as reações que esse espírito vai apresentar de acordo com os estímulos que receber. O próprio Pestalozzi já diria que o amor incondicional é a fórmula infalível para a educação de um espírito endurecido, porém faço uma ressalva, referindo-me aos casos em que o educador é parte de uma relação intrincada do passado, tentando reconquistar o espírito que foi massacrado por ele mesmo em vidas passadas.

A situação pode se tornar então complicada para a expressão de um amor incondicional. Os pais que, de alguma forma, se apresentam em condições de receber esse espírito, devem se concentrar em desenvolver um amor muito maior do que aquele que faria qualquer educador para obter sucesso. Esse amor deve vir revestido de humildade para conquistar o perdão do outro, por ter sido talvez seu algoz no passado e de perseverança para não desistir de transformar o sentimento entre ambos num amor paterno/materno/filial. Essa é uma das empreitadas de maior dificuldade no âmbito familiar.

Outra é que a sociedade, erroneamente, concedeu aos pais, não apenas a guarda legal de seus filhos, como também a autoridade máxima diante da sociedade. Essa concessão veio se deturpando ao longo da história da humanidade, com casos, não raros, de autoritarismo e abuso de poder (quando não resvala para a violência explícita ou o abuso sexual, que não raro, se dá dentro da própria família). E atualmente, além dessas situações de autoritarismo, também encontramos casos opostos, de total negligência familiar.

Quando Rousseau postulou que o homem nasce puro e a sociedade o corrompe, estava propondo que a sociedade protegesse incondicionalmente suas crianças das mazelas e dos vícios da própria sociedade; propunha assim que a criança fosse educada sob os princípios Divinos, para que não se contaminasse com as fraquezas dos homens.

Ouve-se com frequência pais preocupados com a manutenção financeira de sua família, porém despreocupados com sua influência moral sobre os filhos. Frases como: “vá atrás de seus sonhos, vire-se, eu já fiz a minha parte,” são algumas pérolas que são repetidas à exaustão. A pressa pela desincumbência do “fardo”, que é a educação dos filhos, mais uma vez demostra a falta de conhecimento sobre as questões e implicações da educação espírita. A responsabilidade sobre os filhos não tem uma data limite para acabar. Educamo-los para a eternidade.

Mas essa influência nossa sobre eles não significa modelá-los à nossa imagem e semelhança. Nosso metro não é o metro que serve para eles. É comum pais dizerem : “eu consegui tudo por minhas próprias custas”. O espiritismo e a pedagogia espírita em particular nos alertam para a singularidade do espírito. Cada qual é cada qual, embora devamos nos esforçar para que a singularidade de cada um se desenvolva no bem.

Janusz Korczak, grande educador polonês dizia em seu livro Quando eu voltar a ser criança, que deve haver um esforço enorme dos adultos para subirem ao nível (espiritual) da criança para entenderem a grandeza desse ser. Sendo assim, como podemos nos colocar como moldes para educação desses seres tão especiais que nos chegam despidos de defesas?

O trabalho deve ser de intuirmos quais são suas fraquezas mais recônditas e não os deixarmos cair novamente... Tomarmos como preciosos sua qualidades e talentos, fazendo com que estes possam ser suas molas propulsoras em direção à evolução. Cabe aos cônjuges, esse trabalho de edificação de espíritos, começando por si mesmos.

O casal que, humildemente, se coloca no papel de aprendiz, que têm seu amor baseado numa relação que transcende ao amor carnal e se funda na admiração mútua pelas qualidades do outro, como espírito, se vê muitas vezes na posição de reconsiderar seus atos, de ver a situação pelo prisma do outro e tomar atitudes mais maduras em relação a si e principalmente em relação à sua família. Esses têm muito mais chance de oferecerem uma educação mais adequada a seus filhos por não estarem comprometidos pela vaidade – “sou mãe ou pai e sei o que é melhor para meu filho...”

Nutrir uma família espiritualmente não é um fardo, porém, sem dúvida é um trabalho árduo, que permanecerá por gerações. Encontros e desencontros, acertos e desacertos fazem parte desse processo - o resultado só será visto ao longe, porém a dor e a frustração pelo abandono da oportunidade de crescer e fazer crescer o outro espírito serão incomensuráveis.

Claudia Mota

Páscoa/2011
Artigo publicado no site da Associação Brasileira de Pedagogia Espírita dia 2 de maio de 2011

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Para se compreender a proposta de Allan Kardec

Então fica claro que, na verdade, o germe do nihilismo contemporâneo já estava nos grandes sistemas do século XIX. O homem do desejo, sem substância espiritual era já o homem entrevisto por Freud. O relativismo já era proclamado por Comte, que anunciava: "o único absoluto é o relativo". O materialismo dialético de Marx e Engels já dissolvia a moral universal e a natureza humana. Foi exatamente o que Kardec percebeu, apontando as consequencias do materialismo.
Trecho do livro "Para entender Allan Kardec" (capítulo 3: Uma ciência não-positivista - A desconstrução pós-moderna), da Professora Dora Incontri, editado pela Lachâtre.
Leitura essencial para a compreensão das questões por que passa a humanidade, na sua caminhada evolutiva. 
Descrição (4ª capa): Esta obra é uma inovadora contribuição para se compreender a proposta de Allan Kardec. Dora Incontri analisa, aqui, a personalidade do codificador do espiritismo, o contexto em que atuou e sua produção intelectual, fazendo conexões e paralelos com outras correntes de pensamento. De maneira lúcida, clara e, ao mesmo tempo, apaixonante, defende a idéia de que o espiritismo ainda está longe de ter sido compreendido. O valor científico, social, religioso e, em todos os campos, revolucionário, do pensamento espírita oculta-se na simplicidade didática da linguagem de Kardec. A abordagem cultural, pedagógica e histórica da doutrina espírita feita pela jornalista, escritora e educadora Dora Incontri, sem dúvida, traz novas e importantes reflexões sobre o papel que o espiritismo poderá representar no terceiro milênio.

domingo, 19 de junho de 2011

Miserere, de Gregorio Allegri

Essa versão musicada do Salmo 51, foi executada por coral na abertura da cerimônia de recepção a Órion, nobre visitante da Constelação de Plêiades, na Colônia Redenção (aqui no nosso planeta), conforme narrado pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, no livro Transição Planetária, na psicografia de Divaldo Pereira Franco, editado pela LEAL-Livraria Espírita Alvorada Editora, 2ª edição, 2010 (p. 26, capítulo 2 - O visitante especial).
Ronaldo São Romão Sanches, e-mail: ronaldosrs@hotmail.com
Miserere executada pelo The Choir of New College, Oxford
Miserere, também conhecido como Miserere mei, Deus (em latim: "Tende misericórdia de mim, Deus") é uma versão musicada a cappella do Salmo 51 feita pelo compositor italiano Gregorio Allegri, durante o papado de Urbano VIII, provavelmente durante a década de 1630. Era executado na Capela Sistina durante as matinas, como parte do serviço exclusivo das tênebras, na quarta e sexta-feira da Semana Santa. Foi a última de doze versões do Miserere em falsobordone compostas e executadas nestes serviços desde 1514, e era a mais popular delas; a uma determinada altura, chegou a ter a transcrição de sua música proibida por lei, e só podia ser executada em serviços privados - o que aumentava o mistério em torno da obra. A versão que acabou por "escapar" do Vaticano é na realidade uma compilação de versos musicados por Allegri em 1638 e Tommaso Bai (também Baj, 1650-1718), feita em 1714.

Transição Planetária,entrevista de Divaldo Franco

Entrevista de Divaldo Franco no Programa Transição.
parte 1

parte 2

sábado, 18 de junho de 2011

I Seminário Jurídico-Espírita da AJE-MS, dia 25/06/2011, em Campo Grande-MS

I Seminário Jurídico-Espírita
Dia 25 de junho de 2011
1º Tema: O PAPEL DO JURISTA ESPÍRITA NA PROFISSÃO
EXPOSITOR: CHRISTIANO TORCHI
Duração: das 19h45 às 20h35
2º Tema: CONCILIAÇÃO - DA FORMALIDADE PARA A ESSÊNCIA
EXPOSITOR: ALCIR KENUPP CUNHA
Duração: das 20h45 às 21h35
DEBATES COM OS EXPOSITORES
Das 21h40 às 22h00
LOCAL DO EVENTO: na sede provisória à Rua Silveira Martins, 700 - Vila Alba (nas instalações da Sociedade Espírita Bezerra de Menezes). 

sábado, 11 de junho de 2011

CAMINHADA PELA VIDA em Campo Grande, dia 18 de junho de 2011

XIII SEMANA NACIONAL ANTIDROGAS
Promoção: Conselho Estadual Antidrogas (CEAD)
“CAMINHADA PELA VIDA”
Data:  18 Jun  (Sábado)
CONCENTRAÇÃO: Av. Fernando C. da Costa  (Frente antigo Fórum) - 15h
CHEGADA: Praça do Rádio Clube

A FEDERAÇÃO ESPÍRITA DE MS convida os espíritas para participarem destes eventos, fortalecendo a Campanha “Em Defesa da Vida” e demonstrando a  união e  representatividade do Movimento Espírita perante a sociedade campo-grandense. Solicitamos aos Dirigentes Espíritas que motivem, especialmente,
os jovens para participarem das atividades. No local da concentração, Diretores da FEMS estarão coordenando a participação dos espíritas. 


Informações: FEMS
fones: 3324-8322 e 3324-3757
e-mail: fems@brturbo.com.br

XIII SEMANA NACIONAL ANTIDROGAS

Promoção: Conselho Estadual Antidrogas (CEAD)
ABERTURA OFICIAL COM PALESTRAS  - 17 de junho de 2011, sexta-feira, às 13h
Palestra “Prevenção – Projetos educacionais pagos com bens e valores confiscados do tráfico
Palestrante: Dr. Odilon de Oliveira, Juiz Federal da 3ª Vara Federal Criminal Especializada em Lavagem de Dinheiro.
Palestra “Convenções e Tratados das Nações Unidas para o Controle de Drogas
Palestrante: Bo Mathiasen, representante das Nações Unidas sobre Drogas e Crime / UNODOC para o Brasil e o CONE SUL
Local: CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE
XIII SEMANA NACIONAL ANTIDROGAS
OBJETIVO:
A finalidade da Semana, criada em 1999, pela Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD), é alertar a sociedade sobre os riscos do uso de drogas e no combate ao tráfico, orientando a respeito dos fatores de proteção, na família, na escola e na comunidade em geral.
A semana comemorativa é um importante marco de parceria das Organizações Governamentais e Não-governamentais, com informações e atividades em prol da ordem social e da qualidade de vida da população.
O Conselho Estadual Antidrogas (CEAD) e os Conselho Municipais Antidrogas (CEMAD) se unem nesta semana com o compromisso de mobilizar a sociedade nas ações preventivas, focados na responsabilidade compartilhada diante do grande problema do uso de drogas atingindo principalmente a nossa juventude.

CONSELHO ESTADUAL ANTIDROGAS (CEAD/MS)
Bloco 6 – Pq dos Poderes – Campo Grande/MS
Tel: 3318 6910 / 3318 6914
E-mail: ceadms@sejusp.ms.gov.br

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Curso de Passe, em Campo Grande-MS, dias 9 e 16 de junho

Local : Centro Espírita Amizade
Rua Wagner Jorge Bortotto Garcia, Qd 05, lote 05 – Jd. Tayaná
Datas:
9 de junho de 2011 - Quinta-feira - 1ª Parte e
16 de junho de 2011 - Quinta-feira - 2ª Parte
Horário: das 19 hs às  21h30
Realização: Departamento de Atendimento Espiritual da FEMS
Informações: (67) 3324-8322 e 3324-3757